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30 de julho de 2016

[CRÍTICA] Quem é você, Alasca? (John Green, 2005)

John Green é um bem sucedido escritor norte-americano, mais conhecido por seu best-seller A Culpa é das Estrelas (2012), e é especializado na literatura YA (algo que poderíamos chamar de literatura para adolescentes). Na minha crítica sobre O Teorema Katherine (John Green, 2006), eu havia dito que não sou um fã de histórias adolescentes. Todavia, um autor ser especialista nesse tema não é necessariamente um problema. Aqui, em Quem é você, Alasca? (John, Green, 2005), porém, isso é um problema.

Miles é um garoto que está se mudando para uma nova escola, longe de sua cidade e de sua família, e onde ele não conhece ninguém. Lá, ele faz novos amigos, descobre um novo estilo de vida e, claro, conhece Alasca, a misteriosa garota que integra o seu círculo de amizades. O tempo, porém, irá mostrar que há mais sobre ela a descobrir, e que omissões podem ser tão significativas quanto ações.


Primeiro, preciso fazer aqui um mea culpa. Este é o primeiro livro escrito por John Green, e tem as falhas aceitáveis de um primeiro livro. Porém, o primeiro livro de Green que eu avaliei foi O Teorema Katherine, e tenho que confessar: talvez eu tivesse gostado menos daquele livro se tivesse lido este Quem é você, Alasca? primeiro. É impossível não notar a repetição de padrões e fórmulas envolvendo o roteiro e os personagens. Inicia-se com o “esqueleto” da história: o garoto socialmente deslocado que deixa seus pais para trás e vive experiências em um local novo. Mas as semelhanças não terminam ai.

Toda a “fórmula adolescente” está aqui, tal como em O Teorema Katherine: o personagem principal, garoto com pouca aptidão social e que possui algum talento raro (aqui, Miles, que conhece uma grande quantidade de últimas frases de pessoas famosas; lá, Colin, que faz anagramas); o melhor amigo do personagem principal, que possui um tipo físico incomum (aqui, Chip; lá, Hassan); a garota extrovertida que se torna o desejo amoroso do personagem principal (aqui, Alasca; lá, Lindsey); o valentão (aqui, Kevin; lá, O Outro Colin).

Isso posto, posso falar diretamente do livro. Embora a leitura seja fácil e a narrativa conduza a história de uma forma honesta, o livro não empolga o tempo todo. Em alguns trechos ele se torna arrastado. No todo, porém, a leitura segue de forma satisfatória. Todavia, não se pode negar que não há muita profundidade na história. Não posso dizer que “comprei” a trama; nem tudo me agrada, e acho que certas situações não ficaram muito plausíveis. O desfecho também não me empolgou o suficiente. Um final, talvez, decepcionante.

Quem é você, Alasca? é um livro simples, pouco profundo e que conta uma história divertida e, provavelmente, apenas isso. Alguns momentos podem, de fato, emocionar – John Green é famoso por esses momentos – todavia, isso não é o suficiente para elevar minha apreciação da obra. Mas, como eu disse no começo desta crítica, esses são problemas aceitáveis em um primeiro livro. John Green iniciou razoavelmente bem a sua obra literária.


Nota: ✩✩✩

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